Sergipe tem a maior desigualdade de renda do país, aponta IBGE

O estado de Sergipe encerrou o ano passado com a 989 mil pessoas em situação de pobreza. Esse contingente, que corresponde a 43% da população, sobrevive com renda mensal de no máximo R$ 436 por pessoa do domicílio. Dentro desse grupo, os considerados extremamente pobres - com renda mensal de até R$ 151 por pessoa do domicílio - eram 283 mil em 2019, ou 12,3% da população, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2020, feita com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do IBGE. Referentes a 2019, não captam os efeitos da pandemia.

O levantamento mostra que Sergipe tem o maior índice (Gini) de desigualdade de renda no país, assinalado em 0,580 em 2019. Em 2018, era 0,575 e em 2017, 0,546. O índice no Brasil ficou em 0,543 e no Nordeste, 0,559. Entre as capitais nordestinas, Recife tem o maior índice de Gini, com 0,612, seguido da João Pessoa, 0,592 e Aracaju, com 0,581. 

A Renda domiciliar per capita em Sergipe variou de R$ 934 em 2018 para R$ 970 em 2019. Em Aracaju, o valor é maior, com R$ 1758 . Com isso, Sergipe apresenta o 2º maior rendimento domiciliar per capita do Nordeste, ficando atrás do Rio Grande do Norte, com R$ 1042 reais. Em relação às fontes de rendimento, 66,3% provém do trabalho formal, seguido de 26,1% de aposentadorias e pensões e 7,6% de outras fontes. 

A pesquisa do IBGE também apurou a proporção de pessoas residentes em domicílios com ocorrência de inadequação. Em Sergipe, 21% da população vive em uma residência com algum tipo de restrição, 3,7% da população com ausência de banheiro de uso exclusivo, 5,1% apresenta ônus excessivo de aluguel e em 9,9% existe a falta de documentos que comprovem a propriedade. 

O estudo revelou que a proporção de pessoas que vivem em domicílios com ausência de
esgotamento sanitário aumentou de 46,8% em 2018 para 52,7% em 2019 em Sergipe. Dos locais com acesso geral da rede de distribuição de água, 60,9% das pessoas recebem todos os dias, 24,9% não têm frequência diária de distribuição e 14,1% estão sem acesso à rede geral.