Ocupação da Telegipe: manifestantes fecham antiga Rodovia José Sarney no sentido praias

Às vésperas da execução de uma ação de reintegração de posse desfavorável à ocupação da área que um dia sediou o extinto Clube da Telergipe - abandonado há mais de 25 anos -, assentados dos conjuntos Brisa do Mar, Marielle Franco e Terra Santa farão, realizam um ato de protesto na Avenida Inácio Barbosa, antiga José Sarney, em frente ao local da ocupação.

Com palavras de ordem, os manifestantes fecharam a via no sentido praias e pedem que a reintegração, marcada para o próximo sábado, 11, seja suspensa e que os diálogos possam continuar. Na ação, a Justiça pede que os assentados deixem o local de forma pacífica e voluntária.

Segundo eles, as autoridades não conseguiram, até o momento, determinar com exatidão qual é a área compreendida nesta ação de reintegração, o que levanta ainda mais questionamentos sobre a real posse do terreno, abandonado há décadas.

Esta é a terceira vez que a área é ocupada por movimentos sociais distintos que reivindicam moradia para a população necessitada e de baixa renda. Atualmente, três conhecidas entidades populares de lutas por moradia coordenam a ocupação do: A MonteSe (Movimento dos Homens e Mulheres Sem Teto e Sem Terra do Estado de Sergipe), a Frente Nacional de Lutas (FNL), e a Luta Por Moradias, organizações que militam por demandas sociais de moradia, Saúde, Educação e Segurança Pública junto à população carente do Estado de Sergipe.

"Este terreno está abandonado há décadas, sem benfeitoria alguma, sem cercas, sem nenhum tipo de construção. Por duas ocasiões, já foi ocupado por outras entidades de luta popular. A última em 2007, ou seja, mais de 10 anos atrás e, ainda assim, continuou abandonada, largada ao leo, mas foi só a gente ocupar o local que já surgiram mais de quatro pessoas diferentes se dizendo donos do terreno. Agora, estamos com uma reintegração de posse batendo em nossas portas, mas nosso corpo jurídico está lutando na Justiça por nosso pleito, que é legítimo e garantido pela Constituição Federal", conta Jackson Miller, liderança do movimento Luta Por Moradias.

A ocupação do terreno teve início em fevereiro do ano passado e hoje conta com um número expressivo e crescente de ocupantes.

Foto: Arthur Soares