Matrículas em escolas privadas tiveram redução, segundo Fenen/SE

As aulas nos estabelecimentos privados em Sergipe voltaram ao formato presencial no último dia 18, após cerca de 10 meses suspensas. De acordo com o presidente da Federação das Escolas Particulares de Sergipe (Fenen/SE), Renir Damasceno, foi observada uma queda significativa no número de matrículas para o ano letivo 2021. 

Conforme dados do relatório técnico do Censo Escolar 2019, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisa (Inep), a rede privada concentra cerca de 19% das matrículas na educação básica no país. As instituições públicas municipais lideram o ranking de matrículas nessa faixa, com 48,1%, enquanto a rede pública estadual é responsável por 32%. 

Segundo Damasceno, a Fenen não recebe dados numéricos referente às matrículas das instituições de ensino, no entanto, em reuniões com diretores de escolas, foi possível perceber uma insatisfação nesse sentido. "As escolas só são obrigadas a declarar esse quantitativo de matrícula ao Censo Escolar. Porém, essas informações referentes ao ano de 2020 só deverão ser divulgadas no final deste ano; e referente a 2021, no ano subsequente. Mas os diretores estão reclamando muito de que houve uma queda significativa no número de matrículas para o ano letivo de 2021", disse.

É comum que as escolas façam reajustes nos valores das matrículas a cada novo ano letivo e, apesar de a pandemia ainda ser uma realidade no mundo, em 2021 algumas instituições não deixaram de aplicar o aumento. "Isso é uma coisa que a federação não pode determinar. Algumas escolas aumentaram um pouco, e também outras tiveram zero de reajuste, porque foi uma forma de ajudar aos pais nesse momento difícil", afirmou.

De acordo com Renir, as aulas presenciais foram suspensas por cerca de 10 meses, mas houve acréscimo de custos para que as escolas pudessem oferecer ensino de qualidade no formato digital. Isso significa que, além dos custos fixos com profissionais e materiais, as escolas tiveram gastos com serviços extras, o que poderia justificar os aumentos e a manutenção das mensalidades. "Teve queda em consumo de água e energia; por outro lado, as escolas tiveram que contratar plataformas digitais para oferecer aulas online, além de investir em treinamento de pessoal e compra de equipamentos. Por exemplo, um microfone custa em média R$ 800. Na escola que eu represento, os gastos com todo o suporte pedagógico ultrapassaram o consumo de água e energia. É tanto que o Ministério Público nos apresentou um questionamento de um pai de aluno, mas, quando mostramos esses gastos, eles arquivaram a denúncia", relata o presidente da entidade.

E continua: "Não estávamos preparados para esse novo formato. Para ter aulas gravadas para os alunos, são muitos gastos e um pai não tem dimensão disso. Mas a escola tem a obrigação de dar a amostra da planilha para um pai, caso ele queira entender melhor. Inclusive isso é uma coisa que vem sendo praticada antes mesmo da pandemia", afirma Renir. 

Sergipe foi um dos poucos estados que deliberou pelo retorno das aulas presenciais para a rede particular de ensino no mês de janeiro, apesar de estar no vermelho quanto ao crescente números de casos de covid-19, com mais de 133 mil até esta terça-feira (26).

Alagoas, Goiás, Piauí e Roraima também já retornaram ao formato presencial, bem como o Distrito Federal. Entre os demais estados, alguns estabeleceram calendário de retorno a partir de fevereiro, e outros em março. Os formatos também são distintos, em alguns estados a determinação é de retorno híbrido (online e presencial), ou por sistemas de rodízio.