Funcionário da saúde denuncia suposta falta de proteção e testes em Sergipe

Funcionário do setor administrativo da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e auxiliar de enfermagem do Hospital Universitário, Valmir dos Santos denunciou a suposta falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) e testes para detectar o novo coronavírus (covid-19). A informação foi divulgada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Sergipe, nesta quinta-feira (17).

“O descaso é geral: prefeitura de Aracaju, Estado e Governo Federal estão tratando os trabalhadores da saúde com descaso. Mesmo diante de tantas mortes de profissionais da saúde, não está acontecendo o isolamento dos trabalhadores com suspeita por covid. A reinfecção dos trabalhadores da saúde é uma realidade terrível nos hospitais de Sergipe”, denunciou Valmir.

De acordo com o auxiliar de enfermagem, nas unidades de saúde, o vírus se espalha rapidamente. “Só ficamos sabendo dos casos agravados de covid, em que os colegas precisam ser internados, necessitam de respirador e vão para a UTI [Unidade de Terapia Intensiva]. Se no começo da pandemia havia algum cuidado para evitar o contágio, no momento atual os protocolos de cuidado não estão dando conta do nível de contaminação nas unidades hospitalares”, alertou.

À reportagem, o auxiliar de enfermagem destacou que possivelmente a ampliação dos exames para detectar a covid-19 em diversas unidades de saúde aumentou a contaminação entre os profissionais da saúde, além da abertura geral do comércio em Sergipe.

Nesta terça-feira (16), o governador de Sergipe Belivaldo Chagas (PSD) decidiu reduzir a ocupação de bares, restaurantes e estabelecimentos similares entre 18 de dezembro a 9 de janeiro por causa do aumento no número de casos de covid-19 no estado. Em Sergipe, 101.148 pessoas foram diagnosticadas com o vírus e 2.381 morreram em decorrência da doença, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), nesta quarta-feira (16). O governador destacou que os índices de contaminação pela covid-19 apontam a proximidade de um colapso na rede de saúde, UTIs pública e privada.

Seguindo a medida do Governo Estadual, o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira (PDT) assinou, nesta quinta-feira (17), um novo decreto que determina que bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos similares deverão funcionar com ocupação máxima de 50% do local. Também foram definidas novas regras para realização de eventos.

Outro lado
A reportagem solicitou uma nota à Secretaria de Estado da Saúde (SES), mas até o momento não teve retorno.