Despedida ao Vaqueiro do Sertão tem programação por três municípios

O corpo do cantor Josa, o Vaqueiro do Sertão, está sendo velado na Rua Laranjeiras, 1681, no Centro de Aracaju. O artista morreu na manhã desta terça-feira (10), em casa. Josa havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e tinha Alzheimer.

Nessa quarta-feira (11), a partir das 8h, um cortejo vai acompanhar o corpo até a cidade de Areia Branca e depois segue para Simão Dias, onde será sepultado. De acordo com a família, o horário do sepultamento foi alterado para que fãs, amigos e parentes possam se despedir. A previsão é de que ocorra às 11h.

José Grigório Ribeiro, o Josa, era natural do Povoado Jacaré, em Simão Dias. Há cerca de 13 anos vivia acamado por complicações do Alzheimer, que enfrentava há 22 anos. Josa completou 91 anos nessa segunda-feira (9).

Pelas redes sociais, artistas e autoridades políticas lamentaram a morte do cantor sergipano.

Pelo seu perfil do facebook o governador Belivaldo Chagas destacou a importância que Josa representa para a cultura sergipana e lamentou a perda do conterrâneo.

"A cultura sergipana hoje amanheceu mais triste com a perda de José Gregório Ribeiro, o “Josa, Vaqueiro do Sertão”. O artista de 91 anos, que era meu conterrâneo de Simão Dias, sofria com o mal de Alzheimer já há mais de uma década e recebia os cuidados médicos na sua própria residência, em Aracaju. Josa marcou época na música do nosso Estado, especialmente na época do São João, fazendo o povo todo dançar com a sua sanfona e o seu forró tradicional.  Deixo aqui as minhas palavras de conforto para toda a família, amigos e admiradores deste verdadeiro ícone da nossa cultura, que nunca será esquecido. Que Deus o tenha.", disse.

A cantora Amorosa também se manifestou. "Josa, o Vaqueiro do Sertão, atravessou o fio prateado, resgatou sua liberdade eterna, foi "vaqueirar" no céu! Viveu 91 anos, onde os últimos foram de grande desafio físico, mas de imenso amor. Fui testemunha, algumas vezes, do amor e cuidado de sua filha Joseane, que cuidou do seu pai, ao lado de irmãos, com um zelo admirável. Que Deus honre sua descendência e que ele descanse na paz que vem de Deus!"

O prefeito de Areia Branca, Alan de Agripino, disse que Josa era orgulho para todos os sergipanos, mas em especial para a população de Areia Branca, onde há um memorial em homenagem ao artista. Era em sua propriedade rural em Areia Branca, "na sombra da jaqueira" - nome de um de seus sucessos -  costumava receber vários nomes da música. 

"Apesar de ser de Simão Dias, Josa viveu parte de sua vida em Areia Branca, onde tinha uma fazenda. Ele era motivo de orgulho para todos os sergipanos, assim como para nós, de Areia Branca... Durante 50 anos, Josa cantou, tocou sanfona e encantou a todos, com sua belas canções, autênticas do forró do Nordeste. Sergipe perde um grande homem, um grande sanfoneiro, um grande artista! Que a alma do Vaqueiro do Sertão descanse em paz. Meus sentimentos a todos os familiares e que Deus console a todos!"

Carreira
Com mais de cinqüenta anos de carreira e mais de 300 composições registradas, Josa era considerado um dos maiores artistas sergipanos. Cantando forró ele encantou multidões por todo país. Fez parcerias com Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Anastácia, Clemilda e muitos outros.

Da vida humilde vendendo frutas na feira de Simão Dias, e amansando animais, partiu aos 18 anos, para o Rio de Janeiro, onde atuou na carreira militar. Tornou-se sargento e chegou a tocar na banda militar do Rio de Janeiro, mas um acidente o fez abandonar o serviço militar e despertou o talento musical. Fã de Luiz Gonzaga, ele volta a Sergipe e inicia sua carreira como músico. Sempre usando o seu chapéu de couro e o seu acordeon, chamou atenção do ídolo, Luiz Gonzaga, que faz uma participação especial no primeiro compacto, “Fazendo Zabumba”.