Campus do Sertão em Glória deve ficar pronto em 2021

O Campus do Sertão, em Nossa Senhora da Glória, recebe aposição da pedra fundamental nesta sexta-feira (23), um marco que confirma a construção do espaço definitivo do sexto campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que efetivamente já funciona desde 2015 em sede provisória. A Universidade quer ter o novo Campus pronto no próximo ano e para a obra está previsto um investimento superior a R$ 25 milhões.

Em entrevista, o reitor da UFS, Angelo Antoniolli, ressaltou a importância econômica e social do campus para a região. Oferecendo cursos de Agroindústria, Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia, ele coloca que essa grade curricular possui afinidade com a cultura e a economia locais, o que contribui para qualificar as atividades realizadas em Glória e cidades circunvizinhas.

“É no sertão onde está a maior bacia leiteira de Sergipe, onde estão fábricas grandes e pequenas que produzem derivados de laticínios para o estado e região. A experiência mostra que a formação superior dos filhos desses produtores tende a qualificar e certamente impulsionar a economia local. Mas lembro que o Campus do Sertão já possui uma comunidade grande, de 61 professores, 34 técnicos, 12 terceirizados e 800 alunos, sendo que somente em salários e nas 400 bolsas pagas movimenta na região mais de R$ 800 mil por mês”, diz Antoniolli.

O Campus do Sertão já funciona provisoriamente numa área próxima à sede de Nossa Senhora da Glória. Após quatro anos da inauguração, a UFS deu início, em outubro de 2019, à obra de implantação definitiva da unidade, localizada numa fazenda experimental da Embrapa na Rodovia SE-106 e SE-414, cedida em outubro de 2017 em regime de comodato por 25 anos. A fazenda de 70 hectares fica a 12 quilômetros da sede do município, próxima da cidade de Feira Nova.

Até então com cinco campi - São Cristóvão, Aracaju, Lagarto, Itabaiana e Laranjeiras -, de acordo com o reitor Angelo Antoniolli, a escolha por Glória se deu pela necessidade de ter na região uma instituição de ensino deste porte.

“O Campus do Sertão em Nossa Senhora da Glória está inserido dentro da política de expansão e interiorização das instituições federais iniciada em meados da década passada e que ampliou a rede de educação superior para o interior do país. Faltava no interior a presença da Universidade numa região geográfica importante de Sergipe, que é o sertão, com suas peculiaridades e necessidades. Desse interesse nasceu o Campus do Sertão”, relata Antoniolli.

O primeiro vestibular, com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, foi realizado em julho de 2015, quando foram ofertadas 200 vagas distribuídas entre os quatro cursos. A primeira turma, do Curso de Agroindústria, formou-se em julho de 2019. Desde 2015 tem ocorrido anualmente o vestibular para o Campus do Sertão, inclusive neste ano de 2020, para os quatro cursos oferecidos, com oferta de 50 vagas em cada. Mas, por enquanto, segundo o reitor, não há previsão de abrir novos cursos e mais vagas.

A obra

A construção da sede oficial do Campus contou com apoio da Embrapa, dos Governos do Estado e Federal, da Prefeitura de Nossa Senhora da Glória e com aporte financeiro de emendas parlamentares da bancada federal sergipana em Brasília. Em março de 2014, o Ministério da Educação comunicou ao reitor a decisão de construir o Campus do Sertão. “Desde a demonstração do interesse naquele Campus, a UFS tem contado com apoio imprescindível. Nunca é demais dizer que somos muito gratos a todos que nos ajudam a concretizar esse sonho, realizado em conjunto, pela UFS, pelos sertanejos e pelo povo de Sergipe”, comemora o reitor.

Na fazenda de 70 hectares, segundo a UFS, a obra está dentro do previsto no cronograma e quase concluída a primeira etapa de implantação do Campus, que inclui terraplenagem, pavimentação, drenagem, iluminação pública e infraestrutura de energia e telefonia.

“Estamos construindo os prédios laboratoriais e já iniciamos a construção da Vivência, um complexo com quatro edifícios que se interligam por um grande pátio central, com auditório, biblioteca, refeitório, administração e espaço comercial”, acrescenta Antoniolli.