Abandono: Prédio do INSS no centro de Aracaju continua sendo depredado

O cenário de destruição não passa despercebido aos olhos de quem caminha pela rua Sete de Setembro, ou Praça João XXIII, no Centro de Aracaju. O prédio que por muitos anos abrigou a sede do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), e que ainda hoje serve como referência de localização na capital sergipana, está sendo continuamente depredado. Os atos de vandalismo não têm hora para acontecer, mas na maioria das vezes ocorrem à noite, quando não há vigilância.

As calçadas e parte da rua no entorno da edificação estão tomadas por estilhaços de vidros, restos que sobraram das paredes envidraçadas do primeiro pavimento e também das jenelas, que têm sido um dos principais alvos dos arrombadores - eles quebram o vidro e furtam a estrutura de metal. Sem as paredes de vidro, é possível ver a destruição no interior: forro caindo e cheio de buracos, entulho e móveis revirados.

O vendedor ambulante Ronaldo Feitosa diz que tem medo de passar pelo local e vê a situação de depredação piorar a cada dia, sem nada ser feito. "Faz medo cair um vidro desse na cabeça de quem passa, mas só assim vão tomar providência", alerta.

A dona de casa Rosimeire Silva também ficou assustada quando viu a situação do prédio. "Parece que jogaram uma bomba, o medo que faz é a gente se cortar nesses vidros ou cair alguma coisa de lá de cima em nossa cabeça", diz.

Na última sexta-feira (11), dois homens foram presos pela Polícia Federal depois de terem sido flagrados praticando atos de vandalismo contra o patrimônio público. No final de semana, as polícias Civil e Militar também estiveram no prédio e, na noite dessa segunda-feira (14), a PM efetuou prisões no local. 

O gerente executivo do INSS, Raimundo Brito, falou ao F5 News nesta terça-feira (15) que pretende murar o entorno do prédio para coibir os atos de vandalismo. "Já acionei as polícias Civil, Militar e Federal, e agora a alternativa vai ser construir um muro de concreto para tentar evitar esses arrombamentos", disse ao portal.

Brito explicou que o órgão não tem intenção de reformar o edifício e, sim, de vendê-lo. O prédio já participou de quatro leilões, mas nenhum potencial comprador demonstrou interesse. "O valor acaba afastando, mas infelizmente não pode ser menor, para não desvalorizar outros imóveis na região", afirmou.

O prédio foi desocupado em 2012, depois de ter sido interditado pela Defesa Civil por apresentar problemas na instalação elétrica e risco de incêndio. Tempos depois, chegou a ser ocupado por moradores sem teto. Após a reintegração de posse, a Defesa Civil solicitou a retirada do revestimento de pastilhas, que estavam se desprendendo e pondo em risco quem passava pelo local. Um cercado também foi instalado, para evitar que as pessoas ficassem na área da edificação.