Infectologista alerta para cuidados que devem ser mantidos no carnaval

Esse ano as comemorações alusivas ao carnaval não terão o mesmo brilho. Diante da pandemia do novo coronavírus - ainda instalada no mundo e crescente em vários países, entre os quais o Brasil -, festejos de rua, atividades coletivas culturais e até o ponto facultativo foram suspensos durante o período. Para especialistas da área de infectologia, a decisão pela proibição de eventos que pudessem causar aglomerações foi a melhor escolha dos gestores. 

A médica infectologista Fabrizia Tavares relembra o que aconteceu após as festas de fim de ano em 2020, quando um grande número de casos da doença foi registrado no início de janeiro, e chama atenção para a necessidade de a população manter os cuidados necessários para evitar transmissão do vírus. 

Segundo ela, por ser o Brasil um país de dimensões continentais, cada estado apresenta um perfil diferente com relação ao vírus. Sergipe atualmente está vivendo uma fase de estabilização que precisa ser mantida, conforme aponta a médica. 

“Essa fase de estabilização é dinâmica, e pode mudar de uma semana para outra. Percebemos o reflexo que teve o período de Natal e Ano Novo, com um aumento de casos significativo no início de janeiro, um boom de casos em vários estados, inclusive em Sergipe. Portanto, o que orientamos é que as pessoas, principalmente no período de carnaval, mantenham as medidas necessárias para evitar contágio”, disse a médica ao F5 News.

Apesar da decisão governamental pelo fim do ponto facultativo ao serviço público estadual, instituições bancárias e muitos empreendimentos comerciais optaram por manter as portas fechadas entre os dias 15 a 17 de fevereiro - o que significa que muitas famílias terão folga de carnaval como em anos normais.

“Por isso nós orientamos que as pessoas sigam com as medidas de precaução, principalmente com o distanciamento social. Aglomeração é tudo o que não queremos nesse momento. Estamos acompanhando a nossa transmissibilidade, e se optarmos por aglomerações, festas, mesmo que dentro de casa, onde várias pessoas ficam juntas, também pode haver transmissão do vírus. As pessoas se enganam achando que, por estarem recebendo gente da família, não corre risco”, diz a infectologista Fabrizia Tavares. 

E continua: “A gente precisa ter consciência de que precisamos mudar a cultura sanitária e incorporar essas medidas no dia a dia para minimizar a transmissão. Não queremos um novo aumento de casos após o carnaval. Então, se precisar sair, deve manter o uso de máscaras, evitar as aglomerações mesmo dentro de casa, evitar ir para festas, porque ainda estamos num cenário de pandemia”, reforça ela.