Força do setor de Farmácia deve surpreender nas urnas

A eleição municipal deste ano terá um ingrediente a mais. Isso mesmo. A mudança já começa no perfil dos candidatos. Eles chegam como representantes de suas categorias, com bandeiras de lutas bem definidas e cada vez mais bem preparados.

Assim como militares, delegados e professores, o setor de Farmácia é um dos que já possui uma pré-candidatura definida e com grandes chances de ocupar uma vaga na Câmara Municipal de Aracaju (CMA).

O farmacêutico Carlos Eduardo Oliveira, conhecido como Cadu Farmacêutico, desponta com idéias pautadas na luta da categoria, a exemplo da Assistência Farmacêutica Plena e da luta pela valorização dos servidores da saúde, mas também possui outras bandeiras firmadas através de carta-compromisso com a população aracajuana. Bandeiras estas que vão desde o fortalecimento do ensino público até uma política mais efetiva de assistência.

Filiado ao Partido Cidadania, Cadu tem uma história de vida de superação e de vontade de querer ir sempre mais longe. Confira um pouco do que pensa essa jovem liderança:

Agora Sergipe - Nos conte um pouco sobre quem é Cadu?

Cadu - Cadu é o primogênito dos três filhos de Maridete, uma costureira batalhadora que criou e educou seus filhos sozinha e em tempos de muita dificuldade. Eu comecei a trabalhar logo cedo, aos 10 anos. Vendia bolinho de chuva, em Rosário, fui ajudante de mecânico, em Itabaiana. Aos 12 anos, viajava sozinho para entregar as roupas que minha mãe fazia para suas clientes. Em 1993, aos 14 anos, tive meu primeiro emprego com carteira assinada, como menor aprendiz na CAIXA. Esse emprego foi muito importante, pois era a única renda fixa da nossa família. Foi com esse emprego que conseguimos comprar a nossa primeira televisão, uma TV Philips colorida de 20 polegadas, com controle remoto, pense! Estudei em escolas públicas nas cidades de Rosário e Itabaiana. Em Aracaju, estudei no Colégio Atheneu da 7ª série até o 1º Ano do ensino médio, em 1993. Em 1994, minha mãe conseguiu uma bolsa no Colégio Salesiano, onde estudei o 2º e o 3º ano do ensino médio. Fiz o vestibular para o curso de farmácia da Unit, era a primeira turma de farmácia do Estado de Sergipe.  Fui aprovado e consegui me matricular, mesmo não tendo condições de dar continuidade aos estudos. Não era fácil o acesso de pessoas como eu a universidades particulares nos anos 90. Muitas pessoas me ajudaram financeiramente nesse primeiro semestre de faculdade: amigos, colegas de faculdade, professores. Após bater em muitas portas, muitas mesmo, minha mãe conseguiu o crédito educativo da Caixa para mim. Ele cobria 70% da mensalidade e os outros 30% eram completados com a bolsa de monitor de laboratório da Unit, que consegui após uma seleção realizada. Eu ficava na universidade durante as manhãs e tardes e a noite viajava para trabalhar como professor em Rosário do Catete. Era bem puxado. Ao me formar, fui ser farmacêutico de uma grande rede de farmácias que havia se instalado em Aracaju. Após 6 meses, fui promovido a gerente e trabalhei lá por 3 anos, até ser aprovado no concurso de farmacêutico da Secretaria de Estado da Saúde, em 2002, onde trabalhei até 2015. Tirando o lado profissional, Cadu é um apaixonado pela família que construiu. Ao lado da minha esposa Verônica, temos conseguido criar valores como respeito e amor ao próximo na nossa filha, a pequena Maria Clara.

Agora Sergipe – Esse foi o único concurso que você foi aprovado?

Cadu – Não. Também fui aprovado no concurso da Secretaria de Saúde de Aracaju, onde trabalhei de 2006 a 2014. Em 2010, ingressei no mestrado, que conclui em 2012. Nessa mesma época, comecei a estudar para concursos, sendo aprovado, em 1º lugar, no ano de 2014, nos concursos da Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP) para o cargo de Perito Criminal, e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH/HU/SE), locais em que trabalho atualmente.

Agora Sergipe – Você possui vivência nos sindicatos das categorias que faz parte?

Cadu - Na perícia, liderei a fundação do Sindicato dos Peritos Oficiais de Sergipe (SINPOSE), entidade da qual fui presidente na gestão 2015/2018, empreendendo grandes lutas em prol da perícia e dos peritos oficiais. No Conselho Regional de Farmácia, faço parte da atual gestão como membro da Comissão de Assessoria Parlamentar, na qual temos consolidado uma luta em prol da valorização da profissão, por meio de ações junto ao legislativo estadual e uma parceria com o deputado Estadual Georgeo Passos, que se tornou referência da categoria dos farmacêuticos na Alese.

Agora Sergipe - Por que Cadu decidiu entrar para a política?

Cadu – Entrar para a política não é uma decisão fácil, já que a corrupção, intrínseca à grande parte da classe política, acaba afastando pessoas bem intencionadas desse meio. Quando se tem algo a perder, esse é um passo que precisa ser bem pensado, pois, como já dizia a minha mãe: o único bem do pobre é o seu nome, por isso devemos zelar por ele. E eu prezo muito pelo respeito que aqueles que me conhecem têm por mim e eles sabem que não foi fácil chegar até aqui. Sei muito bem o que a falta de políticas públicas pode causar a uma família, mas isso é fato já superado. Eu tive a minha vida e da minha família transformada pela educação, especificamente pela farmácia, a profissão que me escolheu nessa vida. Como farmacêutico, atuei 8 anos na Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, essa foi uma grande experiência profissional. Então, por que não levar essa e outras experiências que obtive na farmácia para a política, mais especificamente para a Câmara de Vereadores, palco legítimo para proporcionar a transformação na vida das pessoas, inclusive na saúde. Acredito na transformação da política por meio da inserção de pessoas dispostas a fazer diferente e melhor. Sempre busquei fazer a diferença na sociedade através da minha profissão, diretamente na farmácia ou na perícia criminal do Estado. Na política, a conduta não foi diferente, a começar pela escolha do partido, o CIDADANIA, um partido formado por pessoas que prezam pela boa política e a veem uma ferramenta para servir à população e não a si mesmo. Também procurei me qualificar, antes mesmo de entrar na Câmara de Vereadores. Participei da seleção do RenovaBR Cidades 2020 e fui aprovado em meio a mais de 40.000 concorrentes de todo o Brasil. Em junho, concluí o curso com duração de 96 horas, o qual foi ministrado pelos maiores especialistas do Brasil nas áreas da saúde, educação, gestão, dentre outras. Para quem não conhece, o RenovaBR é uma escola de formação de lideranças que tem como lema preparar pessoas comuns para serem políticos fora do comum, independente do partido ao qual elas estejam filiadas. O RenovaBR é apartidário.

Agora Sergipe - Qual a sua visão sobre corrupção?

Cadu - A corrupção é a mais clara manifestação do egoísmo e da falta de empatia do ser humano. Por meio dela, pessoas se apropriam de recursos públicos para benefício próprio com o claro objetivo de enriquecer. Infelizmente, a política, ou melhor, a politicagem, é o meio pelo qual a corrupção é materializada no nosso país, o que levou pessoas bem intencionadas a se afastarem da política. Mas é preciso dar um basta nisso, pois a corrupção afeta diretamente as pessoas, cerceando direitos essenciais como saúde, educação, segurança e o maior deles: a vida, contrariando tudo aquilo que está prescrito na nossa Constituição. Como cidadãos, temos o dever de combater todas as manifestações de corrupção e o direito de viver em um Estado livre dela. Considero que o voto é a forma mais legítima de conquistarmos esse direito.

Agora Sergipe - Caso seja eleito, quais serão as suas bandeiras defendidas na Câmara de Aracaju?

Cadu - Minha principal bandeira será a saúde, um direito constitucional de todos os brasileiros que é tão negligenciado pelos governantes. Como vereador, serei incansável na defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), exercendo o poder de fiscalização incumbido ao vereador; criando leis; assessorando o prefeito por meio de proposições na área da saúde e, sobretudo, ouvindo a população e os profissionais de saúde, fomentando a ampliação da participação popular, o que também inclui uma aproximação das comunidades acadêmicas, pois elas são essenciais para formulação de políticas públicas de saúde baseadas em evidências. Ainda na saúde, penso em exercer um mandato voltado para a valorização dos profissionais de saúde, dos quais foram retirados e/ou negados diversos direitos básicos. Os servidores precisam ter uma referência legislativa na luta pela correção de distorções salariais históricas; para coibir a prática de assédio moral, abusos e perseguições; prover meios que garantam a sua dignidade e a integridade física durante o exercício do seu labor; na luta por reajuste salarial, realização de concursos públicos, dentre outras. No que tange à farmácia, é preciso lutar pela Assistência Farmacêutica plena em todos os estabelecimentos de farmácia da rede municipal de saúde e consequente contratação de farmacêuticos e técnicos em farmácia, fazendo-se cumprir a legislação vigente. Nessa temática, lutarei para que a população aracajuana tenha acesso universal aos medicamentos e aos demais serviços farmacêuticos.

Agora Sergipe – Suas defesas são restritas à área da saúde?

Cadu – Por estar inserido na saúde e conhecer de perto seu funcionamento, discorro mais nessa temática. Mas, tenho outras lutas que vou encampar na Câmara. Outro compromisso já firmado é fazer, de forma incansável, a defesa da educação, da ciência e tecnologia, seja diretamente na Câmara ou por meio da interlocução com outros poderes. No campo da Segurança Pública, cobrarei da administração municipal o desenvolvimento de políticas de prevenção da violência, por meio de ações nas áreas de infraestrutura, saúde, educação, emprego, habitação, além, é claro, do fortalecimento e valorização da Guarda Municipal.

Agora Sergipe – Como você avalia a gestão do prefeito Edvaldo Nogueira e também dos vereadores da Capital?

Cadu - A gestão do atual prefeito é uma gestão cansada, desgastada, que se impõe pela execução de obras cosméticas em locais específicos da cidade. Ao mesmo tempo, em que negligencia grande parte da população em diversas áreas, a exemplo da saúde, como pôde ser evidenciado durante esta pandemia. De outro modo, demonstra uma ineficiência extrema ao não dar solução a problemas endêmicos como a elaboração do Plano Diretor e a execução das licitações do transporte e lixo que se arrastam há anos. Tudo isso, respaldado por um grande número de vereadores apáticos e subservientes, que se comportam como verdadeiros empregados do prefeito, abdicando do poder conferido a eles pela Constituição Federal.

Agora Sergipe - Qual a mensagem que você deixa para a população aracajuana?

Cadu - A política é o meio legítimo para a transformação da sociedade e deve ser, sempre, voltada para obtenção do bem comum. Cabe a nós, cidadãos bem intencionados, lutar pela boa política e combater qualquer ação que a desvie desse foco, a exemplo da corrupção e da falta de transparência na utilização dos recursos públicos.